não se esqueça!
- teleswork
- 16 de jul. de 2024
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Deus ordenou ao povo de Israel que estabelecesse diversos sinais que lhes serviriam de memorial para que lembrassem de guardar seus estatutos e mandamentos e os passassem de geração em geração, um destes sinais era o Tefilin (prece).
E estas são as palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas. Deuteronômio 6.6-9.
O Tefilin, ou “caixinhas- de- cabeça” em Hebraico, shel-rosh e de as de mão, shel yad. São duas caixinhas de couro de animal considerado cosher (puros, ou próprios para o consumo), pintadas de preto e em formato perfeito, que contém os quatro parágrafos da Torá.
Shemá Israel - Proclama a Unidade Divina, base fundamental da fé judaica: descreve a ordem Divina de colocar os Tefilin sobre a mão e a cabeça.
Vehayá Im Shamoa - Expressa a promessa de D'us, da compensação que nos advirá da observância dos preceitos da Torá e o aviso da retribuição pela desobediência aos mesmos.•
Cadêsh Li - O dever de Israel de sempre relembrar a redenção da escravidão no Egito.•
Vehayá Ki Yeviachá - Recorda o dever de cada pai judeu de ensinar a seus filhos todos estes temas.
O objetivo manter o povo conectado através da memória ativa de quem Deus é e fez ao longo do tempo, levando seu povo a uma vida de devoção harmoniosa com Deus através da observância dos mandamentos.
Mas, embora eles tenham todos estes memoriais sobre suas testas, umbrais das portas, sobre seu braço. O povo ainda assim, se esqueceu de seu Deus. Não foram poucas as vezes que Israel virou as costas e não lembrou do que o Senhor fez, lhes tirando do Egito e lhes livrando da escravidão e seguiu após as abominações de outras nações.
Um dos principais perigos de nos esquecermos dos mandamentos do Senhor, ou do que Ele fez por nós diretamente ou através de seus servos é: nos tornarmos ingratos. A ingratidão é uma grande borracha que apaga da memória daqueles que um dia nos ajudou. Por isso, Deus percebeu que não basta apenas seus estatutos e mandamentos estarem sobre suas testas e seus braços ou nos umbrais das portas. Não bastou os grandes feitos que ele realizou no Egito e no deserto para o povo lembrar dEle. É necessário que estes estatutos sejam escritos em nossos corações. Por isso Ele disse:
Este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior e escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. (Jeremias 33.1; Hebreus 10.16).
Constantemente precisamos lidar com a ingratidão de pessoas que se esquecem do tempo que foram socorridas, ajudadas, libertas. Até mesmo nós podemos nos tornar ingratos se permitirmos nos esquecer. Por isso o salmista dizia: Bendize, ó minha alma, ao Senhor e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. Salmo 103.2. Mas, até mesmo o próprio Senhor Jesus sofreu com isso, Ele alimentou, curou, libertou pessoas e foi abandonado até mesmo pelos seus próprios discípulos.
Isto revela que somente um coração que foi verdadeiramente marcado pela lei do Senhor, somente um coração marcado por seu Espírito é capaz de demonstrar verdadeira gratidão e não se corromper, não esquecer nem abandonar aqueles que lhes ajudaram nos tempos de crise. Como Rute fez com Noemi.
Manter a memória ativa e um coração agradecido também é uma forma de adoração. Lembrar do que Deus fez por nós e das pessoas que Ele usou para nos abençoar é uma forma de manter o coração humilde diante de Deus e manter viva a esperança.
Por isso o Senhor diz a igreja de Éfeso: tenho contra ti, que deixaste o primeiro amor, lembra, pois de onde caíste e volta às primeiras obras. Apocalipse 2.4-5.
Que sua memória seja ativa e seu coração seja grato.
Glória a Deus por essa palavra que nos traz um alerta a respeito dessa enfermidade chamada ingratidão! Que Ele nos conceda um coração grato!